Repararem! Jaguaripe oferece pouquíssima, quase nada, oportunidade para absorver a mão de obra que no município sobeja; contudo, para assessorar na "complexa" administração do município, os gestores buscam profissionais em outros centros; Salvador, inclusive.
E, não generalizando, profissionais sem essa qualificação técnica toda, que não conseguem emprego nos domicílios de origem e não por falta de vagas no mercado de trabalho , o que termina por onerar, em muito, o erário.
Mais capazes, ou de igual capacidade, e de custo mais vantajoso, no município de Jaguaripe se encontra. Mas certamente diriam e dirão eles, chefes do executivo: 'são cargos de confiança'. E eu, na minha santa inocência, pergunto: para administrar sua própria terra, seu próprio interesse, os interesses de seus filhos e netos, de seus concidadãos, não são confiáveis os nativos?
O que vemos, quando muito, a municipalidade jaguaripense fazer para absorver alguma parcela da mão de obra de seus jovens é arquitetar a constituição de uma fornecedora de mão de obra, travestida de cooperativa e por si indiretamente gerida, o que lhe garante uma prestação se serviços sem dispensar aos realmente empregados os direitos trabalhistas garantidos por lei.
É, na realidade, uma garantidora dos votos dos "cooperados" e de seus familiares para a manutenção dos mesmos no poder. Em Jaguaripe, como em outras localidades agraciadas pela natureza com a presença de manguezais, com propriedade, voga a máxima de que "mudam-se os caranguejos, mas a lama é a mesma".
Pode, sim, o município arcar com a manutenção da estrada. Os munícipes incautos - a grande maioria - crêem que a única fonte de renda do município é o "Fundo de Participação dos Municípios", o que não é verdade.
Saliento que este protesto está atravessado em minha garganta desde a primeira reforma, e por deixar de fazê-lo me persegue um grande sentimento de culpa. Pretendi fazê-lo antes de iniciada essa segunda reforma, mas, sabendo que o município estava na iminência de receber a concordância do governo do Estado para o refazimento da estrada, para evitar um eventual prejuízo na negociação, posterguei. Talvez contrariasse, mais uma vez, minha consciência.
Bem, alternativa outra não me resta; nem aos demais munícipes. Vamos, resignados, aguardar a continuação da obra. Só espero que, quando do retorno, a administração
municipal faça o mínimo que dela se pode esperar, ou seja, que determine ao secretário de infraestrutura para que - justificando sua competência, confiança e, ao que parece, sua alta remuneração, supervisione as obras - o que até agora não fez, e informe ao Estado da Bahia os eventuais descumprimentos das cláusulas contratuais, para que, mais uma vez, não recebamos uma "estrada de papelão", e continue ela servindo somente como moeda de troca nos interesses políticos.
Peço que não vejam neste manifesto conotação política, pois verdadeiramente não a contém. Nunca tive pretensão política, mesmo porque me reconheço sem predicados para a prática da nobre arte. É, sim, um protesto, uma manifestação de indignação, de decepção, e até de raiva, por considerar injustas, desleais, desumanas (imagino o sofrimento de uma pessoa com apendicite ou com crise de vesícula, ou mesmo uma gestante com dores do parto, quando transportada nas desconfortáveis ambulâncias para ser assistida em outros centros) essas provações que as administrações do município de Jaguaripe vêm nos impondo anos "a fio".
Continuemos nos submetendo a essas humilhações - já que, injustificadamente, nos achamos impotentes -, mas, doravante, cônscios de que a elas estamos sendo submetidos sem justa razão.
E que Deus, tendo piedade de nós, nos abençoe, guarde e guie.
*Essa reportagem tem o apoio dos moradores local UPR e AMBJ que prefere não se identificar.
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