Esta minha inconformação, esta minha indignação, decorre, principalmente, pelo fato de a Prefeitura Municipal de Jaguaripe vir se recusando a fazer a manutenção da estrada, sob o pretexto de que tal obrigação não é sua, mas, sim, do Estado da Bahia. Esse comportamento foi e é o motivo que faz com que nós, munícipes, venhamos, de há muito, passando por essas situações humilhantes.
Mas esses constrangimentos, vêm sendo vistos como de somenos importância pelas administrações municipais; passam por eles despercebidos; e não sem razão.
O atual gestor, a exemplo de outros tantos, sequer reside na sede; nem mesmo no município. A bem da verdade, nesses quarenta (40) anos que vivo Jaguaripe, só vi dois (2) prefeitos residentes no município - não na sede.
Entendo ser essa desculpa não só esfarrapada, uma embromação; é uma falta de respeito para com os munícipes; é querer fazer dos demais bestas. Entendo-a ardilosa.
Essa via que interliga a sede do município de Jaguaripe à BA-001 foi em tempos idos parte da estrada, de terra, intermunicipal que ligava a cidade de Nazaré a Aratuípe e essa a Jaguaripe-sede.
Persistisse essa interligação justificar-se-ia a responsabilidade do Estado da Bahia de não só pavimentar a via como também de conservá-la em condições de trafegabilidade. Em 1991, concluída a feitura do trecho da BA-001 Nazaré-Valença, essa interligação deixou de existir.
O trecho da velha estrada Nazaré-Aratuípe desapareceu sem deixar vestígios. Dela, da estrada de terra, sobrou o trecho de 14 KM que, hoje, vai da BA-001 a Jaguaripe-sede e que está, por inteiro, dentro do município de Jaguaripe. Não é pelo fato de o governo do Estado ter atendido reivindicação do povo jaguaripense e ter,
concomitantemente, pavimentado esse trecho que sua manutenção deve ficar a cargo do governo da Bahia. Presentemente, não se justifica nem mesmo a nomenclatura Rodovia BA-883. Não existe uma justificativa plausível para que se possa reivindicar essa obrigação do Estado da Bahia, como, por exemplo, que é via de escoamento de produção de interesse da economia bahiana. Caracteriza-se a via como uma estrada vicinal.
Fosse Jaguaripe sede um grande centro urbano, não seria exagero admiti-la uma avenida - em Salvador, as avenidas Luís Viana Filho (Paralela) e Afrânio Peixoto (Suburbana), têm similar extensão. Não consigo vê-la de outra forma. É, pois, de responsabilidade do município sua manutenção, sua conservação.
O Estado e a União podem, quando muito, apoiar sua manutenção, se desse "apoio", dessa "ajuda", necessitar o município, que, justificando essa necessidade, requererá o benefício . E entendo que carência de recursos não pode o município de Jaguaripe alegar para obtenção de ajuda para a manutenção da estrada, pois de recursos o município não carece; pelo menos deixa transparecer.
Assim é que tem dinheiro para patrocinar festas dignas de grandes e ricos centros urbanos, trazendo Bel Marques, Xandi, o Psirico (o Márcio Vitor veio aqui fazer um grande favor à nossa juventude, qual seja, uma acintosa apologia às drogas) e outras atrações que demandam custos elevadíssimos.
Aqui gasta-se dinheiro à toa. Tem dinheiro para expor em "outdoors" planos de pavimentação de ruas e ruelas, para promover foguetório pela simples entrega desses serviços, com colocação é imprescindível de vistosas placas com os nomes dos "benfeitores" em locais bem visíveis. Não duvido que até felicitações noticiadas em "outdoors" a ex-prefeito, quando de seu aniversário, também sejam patrocinadas pelo erário.
*Essa reportagem tem o apoio dos moradores local UPR e AMBJ que prefere não se identificar.
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