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quarta-feira, 30 de setembro de 2020

O descaso com as estradas de Jaguaripe



Esta minha inconformação, esta minha indignação, decorre, principalmente,  pelo fato de a Prefeitura Municipal de Jaguaripe vir se recusando a fazer a manutenção  da estrada, sob o pretexto de que tal obrigação não é  sua, mas, sim, do Estado da Bahia. Esse comportamento foi e é o motivo que faz com que nós,  munícipes,  venhamos, de há  muito, passando  por essas situações humilhantes. 

Mas esses constrangimentos, vêm sendo vistos como de somenos importância pelas administrações  municipais;  passam por eles despercebidos; e não sem razão. 

O atual gestor, a exemplo de outros tantos, sequer reside  na sede; nem mesmo no município. A bem da verdade, nesses quarenta (40) anos que vivo Jaguaripe, só vi dois (2) prefeitos residentes no município - não na sede. 

Entendo ser essa desculpa  não só esfarrapada, uma embromação; é  uma falta de respeito para com os munícipes; é  querer fazer dos demais bestas. Entendo-a ardilosa. 

Essa via que interliga a sede do município de Jaguaripe à  BA-001 foi em tempos idos parte da estrada, de terra, intermunicipal que  ligava a cidade de Nazaré a Aratuípe e essa a Jaguaripe-sede. 

Persistisse essa interligação justificar-se-ia a responsabilidade do Estado da Bahia de não  só pavimentar a via como também de conservá-la em condições de trafegabilidade. Em 1991, concluída a feitura do trecho da BA-001 Nazaré-Valença, essa interligação  deixou de existir. 

O trecho da velha estrada Nazaré-Aratuípe desapareceu sem deixar vestígios. Dela, da estrada de terra, sobrou o trecho de 14 KM que, hoje, vai da BA-001 a Jaguaripe-sede e que está, por inteiro, dentro do município de Jaguaripe. Não é pelo fato de o governo do Estado ter atendido reivindicação do povo jaguaripense e ter, 

concomitantemente,  pavimentado esse trecho que sua manutenção deve ficar a cargo do governo da Bahia. Presentemente, não se justifica nem mesmo a nomenclatura  Rodovia BA-883. Não existe uma justificativa plausível para que se possa reivindicar essa obrigação do Estado da Bahia, como, por exemplo,  que é via de escoamento de produção de interesse da economia bahiana. Caracteriza-se a via como uma estrada vicinal. 

Fosse Jaguaripe sede um grande centro urbano, não seria exagero admiti-la uma avenida - em Salvador,  as avenidas Luís Viana Filho (Paralela) e Afrânio Peixoto (Suburbana), têm  similar extensão. Não consigo vê-la de outra forma.  É, pois, de responsabilidade do município sua manutenção, sua conservação. 

O Estado e a União podem, quando muito, apoiar sua manutenção, se desse "apoio", dessa "ajuda", necessitar o município, que, justificando essa necessidade,  requererá o benefício . E entendo que carência de recursos não pode o município  de Jaguaripe alegar para obtenção de ajuda para a manutenção  da estrada, pois de recursos o município  não  carece; pelo menos deixa transparecer. 

Assim é  que tem dinheiro para patrocinar festas dignas de grandes e  ricos centros urbanos, trazendo Bel Marques, Xandi, o Psirico (o Márcio Vitor veio aqui fazer um grande favor à  nossa juventude, qual seja, uma acintosa apologia às drogas) e outras atrações que demandam custos elevadíssimos.  

Aqui gasta-se dinheiro à  toa. Tem dinheiro  para expor em "outdoors" planos de pavimentação de ruas e ruelas, para promover foguetório pela simples entrega desses serviços, com colocação  é imprescindível de vistosas placas com os nomes dos "benfeitores" em locais bem visíveis. Não  duvido que até felicitações noticiadas em "outdoors" a ex-prefeito, quando de seu aniversário, também sejam patrocinadas pelo erário.  

*Essa reportagem tem o apoio dos moradores local UPR e AMBJ que prefere não se identificar.


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