O paradoxo dos parques da Cidade do Salvador

Localizado no bairro de Pirajá, o Parque São Bartolomeu já foi cenário de importantes lutas e até mesmo do primeiro sermão do padre Antonio Vieira, no século XIX. Diversas lutas do processo civilizatório brasileiro, a exemplo da Sabinada, tiveram como palco a área da Bacia do Cobre, onde o parque está localizado. O espaço correspondente ao São Bartolomeu já abrigou diversos quilombos e grupos indígenas e, hoje, é visto como sítio sagrado pelas comunidades negras e pela população em geral.

Em 1929, o Governo do Estado adquiriu, por desapropriação amigável, as terras necessárias ao aproveitamento hidráulico do manancial do Rio do Cobre e à sua proteção, para solucionar o problema do abastecimento de água da cidade. Ao longo das duas últimas décadas, a fiscalização foi intensificada: o local foi objeto de interesse de entidades ambientalistas internacionais e deu lugar à fundação de organizações locais não governamentais, voltadas ao esforço de sua recuperação e preservação. Mas a rica flora e fauna do parque continuam ameaçadas pelas ocupações habitacionais, agrícolas e das indústrias de mineração instaladas nas imediações do parque. A situação é tão critica do parque São Bartolomeu que os bandidos estão expulsando os policias do local. O parque está em estado de calamidade, onde o Governo do estado e nem a Prefeitura dão assistência para o parque. Em contra partida os parques de Salvador e o parque da Cidade também se encontra sem estrutura dos órgãos que deveriam cuidar do nosso patrimônio cultural. O parque de Pituaçu é a única área da cidade que representa uma transição das dunas para a Mata Atlântica, onde podem ser encontradas espécies ornamentais e frutíferas, como cajueiros, mangabeiras e jenipapeiros. A fauna rica e diversificada apresenta pequenos mamíferos, aves, répteis e anfíbios, não ocorrendo animais de grande porte. No momento, este patrimônio ecológico passa por uma intervenção da SEMRH (Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) em parceria com o Governo do Estado. O Música no Parque é realizado e coordenado pelo Caderno 2 Produções Artísticas, tem o patrocínio do Extra Hipermercados e Governo da Bahia, através do FazCultura, além de contar com o apoio da Prefeitura Municipal do Salvador, através da Superintendência de Parques e Jardins. Considerada uma das mais importantes áreas de preservação ambiental e lazer de Salvador, oferece aos visitantes momentos agradáveis de integração coma natureza. Possui, em seus 425 hectares, um cinturão de Mata Atlântica, com uma grande variedade de árvores frutíferas, dendezeiros e palmeiras diversas, além de uma lagoa, com espelho d'água de 200 mil metros quadrados, onde foi instalado um píer com pedalinhos. Uma coisa é certa a prefeitura investe em projetos nos bairros onde o fluxo de pessoas e de investimento é maior como é o caso do parque de Pituaçu em oposição o parque São Bartolemeu é largado às traças.

Jobson Santana 10/12/07