O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira (13) que o crescimento da inflação no país foi influenciado, entre outros fatores, pela desvalorização do real e também pelo aumento no preço das commodities (produtos básicos com cotação internacional).
De acordo com Campos Neto, esse movimento inflacionário começou em 2020 e ainda repercute neste ano. O presidente do BC citou, além desses fatores, a crise hídrica no país, com aumento no preço das bandeiras tarifárias, além de efeitos climáticos, segundo a Agência Brasil.
O mercado financeiro aumentou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano de 6,79% para 6,88%.
A previsão para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.
Ao avaliar a alta no preço das commodities, o presidente do BC disse que durante a pandemia de covid-19 houve um aumento natural, uma vez que as pessoas ficaram mais tempo em casa e passaram a consumir mais bens dos que serviços, gerando uma alta no preço de produtos e uma diminuição no valor dos serviços. Segundo Campos Neto, com a retomada da atividade econômica, há uma tendência de que esse balanço se equalize. Porém, ele disse que outros fatores podem interferir na inflação e citou o auxílio emergencial como um deles.
De acordo o presidente do BC, o auxílio trouxe um “choque de demanda” que se transformou em consumo e impactou a inflação de curto prazo, o que influiu na decisão do BC de elevar a taxa básica de juros, a Selic, definida atualmente em 5,25% ao ano.
0 comentários:
Postar um comentário