domingo, 3 de outubro de 2010
Wall Street mostra preferência por vantagem dos republicanos
Escaldada com as reformas do seguro-saúde e a regulamentação financeira, a Bolsa de Nova York já manifesta entusiasmo com a possibilidade de vitória eleitoral em novembro dos republicanos, que parecem em condições de conquistar a maioria em uma das Casas do Congresso.
Wall Street teve um mês de setembro espetacular. O índice Dow Jones subiu 7,72%, o melhor desempenho desde 1939 para um mês que os mercados financeiros consideram difícil. Os temores de retorno da recessão e de um cenário de deflação, que afetaram o mês de agosto, foram afastados. Mas para muitos analistas, a proximidade das eleições de 2 de novembro também tiveram um papel.
"A Bolsa antecipa uma vitória dos republicanos na Câmara de Representantes e um Senado dividido", afirmou Nicholas Colas, da empresa ConvergEx. "O mercado prefere este resultado ao atual cenário político, no qual os democratas dominam as duas Câmaras", disse ele.
Segundo analistas políticos, os republicanos podem eleger os 39 parlamentares adicionais que precisam para assumir o controle da Câmara de Representantes. "A paralisia que este resultado pode provocar em Washington é vista como um fator positivo em Wall Street: isto quer dizer que não há mudança. E no ambiente atual, tudo o que reduz a volatilidade é visto como positivo", afirmou Colas.
A popularidade dos republicanos nos meios financeiros é um pouco surpreendente. O setor não aceitou as reformas para reforçar a regulamentação financeira e favorecer o acesso ao seguro saúde, que considerou críticas ao liberalismo.
A ruptura foi confirmada nas últimas semanas, quando o presidente Barack Obama recusou uma prorrogação dos alívios fiscais para os mais ricos, aprovados durante a presidência de George W. Bush e que chegam ao fim em dezembro. Diante da oposição dos republicanos, os democratas do Senado adiaram a votação sobre o tema para depois das eleições.
"Se os republicanos ficarem com a Câmara de Representantes, como se antecipa, o presidente terá que desistir de suprimir os alívios fiscais para os ricos, para obter os alívios fiscais que deseja dar aos outros 90%", opinou Marc Pado, analista da Cantor Fitzgerald. "Quando se fala de mercado, fala-se de gestores de fundos, corretores, que são os mais ricos e não querem a intervenção do Estado. Ficarão muito felizes de ver os democratas perder poder, e perder a capacidade de aprovar leis como as do seguro saúde", afirmou.
Os republicanos acusam ainda o atual governo de irresponsabilidade orçamentária: as medidas adotadas para combater a crise aprofundaram o déficit federal em quase 10% do Produto Interno Bruto em 2009 e 2010. "Uma clara maioria republicana na Câmara de Representantes pode desatar uma alta do mercado", destacou Mace Blicksilver, da Marblehead Asset Management. "Mas este é um fenômeno a curto prazo", advertiu.
Assinar:
Postar comentários (Atom)

0 comentários:
Postar um comentário