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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A Capoeira ainda é vista com outro olhar pelos brasileiros.

No Pelourinho atualmente existem aproximadamente 11 escolas de capoeira; dividas em regional (4), local (5) e de Angola (2). Dentre elas, encontra-se a Fundação Filhos de Bimba Escola de Capoeira (FBEC). Desta instituição já passaram diversos jovens e crianças que encontraram na FEBC um trampolim profissional. Um desses casos é do escritor e capoeirista Flávio Luiz. Ele participou do projeto capoêre, um subprojeto da fundação, quando criança. Na última terça-feira (7) Flavio Luiz lançou o livro Aú o Capoeirista. O evento teve como abertura o documentário Simone de Beauvoir na Aliança Francesa às 19h e 30 min. Já entre 7 a 12 de outubro o livro será vendido na Avenida 7 de setembro na ladeira da Barra. O livro custará R$ 10,00 e o lucro obtido nas vendas dos exemplares será destinado às obras do Capoerê. Outra grande novidade é que o filme de Mestre Bimba está em produção. Para os amantes da capoeira, a película está prevista para o inicio de março de 2010, “essa iniciativa de doar o dinheiro foi porque eu sei o que é passar por dificuldades. Eu já fui um dos meninos do capoerê, fiquei quatro anos no projeto. Hoje moro em Brasília graças a Deus e levo um pouco do que eu sei para outras crianças. Muitas vezes vale mais um sorriso verdadeiro do que uma nota de cem reais”, afirma o escritor. O capoerê é uma iniciativa dos Filhos de Bimba Escola de Capoeira e posteriormente coordenada pela Fundação Mestre Bimba, nascida em 1992 nas dependências da Escola de Engenharia da UFBA por necessidade de gerar ocupação de algumas crianças e adolescentes que ficavam perambulando pelas ruas do bairro. Com o apoio da Secretaria de Trabalho e Ação Social - SETRAS, o projeto multiplicou-se atingindo até dezembro de 1999, 43 núcleos sendo 20 na capital e 23 no interior da Bahia atendendo a mais de 6.000 crianças e adolescentes. Atualmente possui em uma média de 14.000 de jovens. A fundação se mantém por recursos próprios, ou por doações.A capoeira recentemente passou ao posto de patrimônio histórico e cultural. A decisão foi tomada no dia 15 de julho na capital, no Palácio Rio Branco em reunião organizado pelo Conselho Consultivo do Iphan. “Esta medida partiu do órgão junto ao Ministério da Cultura, viabilizando uma maior pesquisa documental histórica”, afirmou Luiz Fernando de Almeida, presidente do Iphan. Para o capoeirista e mestre Cafuné (77) “a capoeira é a maior embaixadora do Brasil, no mundo todo e com isso o maior passo agora é garantir que nós, mestres, possa ter os nossos saberes reconhecidos e repassados”, afirma Cafuné. A Fundação recebe também a presença de baianos e turistas. Para o americano Steve Peter (23), professor de biologia na Califórnia “Salvador é uma verdadeira mistura de cultura, pois só aqui se pode observar o verdadeiro contraste da África com outros povos” defende o educador. O professor afirma ainda que todas as férias que pode dá um pulo em Salvador. Este ano ele trouxe a esposa, a jornalista e a fotografa Mary Sketch (26), que está produzindo um documentário sobre a diversidade cultural do Brasil “Salvador é o local mais bonito do mundo, meu sonho é morar aqui” relata a norte-americana. Já o mestre Curió, um dos maiores mestres reconhecidos na atualidade, a capoeira vai ter um maior reconhecimento fora do país. “nós sofremos muito preconceito nos aeroportos mundo a fora, principalmente no sul do Brasil. Eles pensam que somos macacos. Já no exterior, principalmente na Holanda, França e nos Estados Unidos, os estrangeiros nos valorizam mais do que o povo brasileiro. Espero que com essa decisão esse quadro mude” afirma o capoeirista. Outro ponto positivo da fundação é o apoio que ela presta para a sociedade, onde ela tem uma incitativa social e atende todos com uma causa nobre e solidária. Mesmo assim passa por uma dificuldade, tornando-a uma verdadeira amiga e parceira de uma sociedade mais justa. Jobson Santana

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