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sábado, 8 de fevereiro de 2025

Cientistas registram no Ceará fungo que sufoca sapos, rãs e pererecas até a morte

Os anfíbios são o grupo de vertebrados mais ameaçado do planeta, com 2 em cada 5 espécies ameaçadas de extinção. 

Além do desmatamento e da poluição, esses animais enfrentam ainda uma doença fatal: a quitridiomicose, atualmente a principal responsável pelo declínio dessas populações.

Os fungos do gênero Batrachochytrium, que causam a enfermidade, vêm se espalhando em ritmo acelerado pelo mundo. 

Agora, um grupo de cientistas registrou pela primeira vez a presença em larga escala desse patógeno no Brasil.
 

Por meio de análises genéticas que envolveram um extenso trabalho de campo para realizar testes PCR nos animais- os pesquisadores identificaram fungos da espécie Batrachochytrium dendrobatidis (Bd) em uma grande quantidade de animais em áreas de caatinga e de floresta úmida no Ceará.
 

O trabalho se concentrou nos anfíbios anuros -ordem que inclui sapos, rãs e pererecas. 


Os resultados indicaram que 71% das espécies avaliadas tiveram resultado positivo, incluindo registros inéditos de infecção para 11 espécies endêmicas, o que representa um risco real para a biodiversidade local.
 

Algumas dessas espécies vivem em florestas úmidas de altitude, como a Proceratophrys ararype e a Pristimantis relictus, que já enfrentam pressões ambientais significativas.


A presença disseminada da espécie Bd, contudo, amplia as chances de propagação da quitridiomicose, que já é considerada uma zoopandemia.


 Nela, os fungos atacam a epiderme, causando um aumento da queratinização e espessando a camada externa da pele, que é essencial para a respiração e a regulação da temperatura corporal desses animais.

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