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quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Demitido diz que Abin enviou à PF todo material sobre software espião

O ex-número 2 da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) afirmou que, por determinação dele, enquanto diretor-geral em exercício, foi iniciada a apuração interna sobre o uso irregular de software com capacidade de obter informações de georreferenciamento de celulares.

Alessandro Moretti disse ainda, em nota divulgada nesta quarta-feira (31), que todo o material probatório coletado e produzido pela agência nessa apuração foi compartilhado com a Polícia Federal, que investiga o aparelhamento político do órgão na gestão de Jair Bolsonaro (PL).
 

Em meio à repercussão do caso conhecido como "Abin paralela", Moretti foi exonerado do cargo de diretor-adjunto nesta terça-feira (30) pelo presidente Lula (PT). 


Ao demitir Moretti, que é delegado da PF, Lula chancelou a permanência na chefia do órgão de Luiz Fernando Corrêa, que em seguida promoveu a troca de outros seis diretores da agência de inteligência.


A Abin diz que as trocas não têm relação com as investigações, já estavam programadas e obedecem ao cronograma de reformulação do órgão iniciado no ano passado.
 

A agência de inteligência está no centro de uma crise envolvendo as investigações em torno da possível montagem de uma estrutura paralela de espionagem durante a gestão Bolsonaro.
 

A Polícia Federal já realizou três operações autorizadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e, entre outros pontos, afirma ter havido um "conluio" entre a atual gestão do órgão de inteligência e os investigados.
 

A presença de Moretti no cargo passou a ser contestada após ele ser citado na operação deflagrada na semana passada. De acordo com a PF, ele participou de uma reunião com representantes de servidores da Abin, em março de 2023, e teria dito que a investigação sobre a agência tinha "fundo político" e iria passar.
 

No documento, a PF disse que a postura de Moretti não é a esperada de um delegado que, até dezembro de 2022, ocupava a função de diretor de Inteligência da Polícia Federal.
 

Ele nega qualquer ação com o intuito de tentar barrar as investigações. O especialista em inteligência Marco Cepik, atual diretor da Escola de Inteligência da Abin, assumiu o cargo de diretor-adjunto.

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