Com a gasolina e a energia elétrica mais caras, a prévia da inflação oficial acelerou para 1,14% em setembro, segundo dados do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15).
A taxa é a maior para o mês desde o início do Plano Real, em 1994, quando ficou em 1,63%, apontou nesta sexta-feira (24) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), responsável pela pesquisa.
No mês anterior (agosto), o IPCA-15 havia registrado variação de 0,89%. Com o resultado de setembro, a prévia da inflação chegou a 10,05% no acumulado de 12 meses. Ou seja, ultrapassou a marca de dois dígitos.
Os dados ficaram acima das projeções do mercado. Analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam variação de 1,03% em setembro e de 9,94% no acumulado.
O índice oficial de inflação do país é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), também calculado pelo IBGE. O IPCA-15, pelo fato de ser divulgado antes, sinaliza uma tendência para os preços. Por isso, é conhecido como uma prévia.
Em 12 meses, o IPCA-15 registra variação bem superior à meta perseguida pelo BC (Banco Central) para o IPCA. O teto da meta em 2021 é de 5,25%. O centro é de 3,75%.
Em setembro, houve alta nos preços em oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE no IPCA-15. O maior impacto (0,46 ponto percentual) e a maior variação (2,22%) vieram de transportes.
Nesse segmento, o resultado foi influenciado pela alta dos combustíveis (3%). A gasolina, sozinha, subiu 2,85% e acumulou variação 39,05% em 12 meses.
O item, aliás, exerceu o maior impacto individual do mês no IPCA-15, ao lado da energia elétrica (3,61%): 0,17 ponto percentual cada.
A segunda maior contribuição entre os grupos veio do segmento de alimentação e bebidas, que subiu 1,27% em setembro.
O impacto foi de 0,27 ponto percentual. Os preços das carnes subiram 1,10% e contribuíram com 0,03 ponto percentual. Os valores de aves e ovos aumentaram 3,88%.
O IBGE também destaca as altas em produtos como batata-inglesa (10,41%), café moído (7,80%), frango em pedaços (4,70%), frutas (2,81%) e leite longa vida (2,01%).
Na sequência dos grupos, apareceu habitação, com variação de 1,55% e contribuição de 0,25 ponto percentual no índice mensal. O maior peso no segmento veio, mais uma vez, da energia elétrica, que avançou 3,61%. Em agosto, a energia havia subido ainda mais: 5%.
O IBGE destaca que, no mês passado, vigorou a bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 9,492 a cada 100 kWh (quilowatt-hora) consumidos.
A partir de 1º de setembro, passou a valer a bandeira tarifária de Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 para os mesmos 100 kWh.
A escalada dos preços ganhou corpo ao longo da pandemia. Inicialmente, houve disparada de alimentos e, em seguida, de combustíveis.
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