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domingo, 3 de outubro de 2010

Em sua 3ª disputa, Genro é eleito governador no 1º turno

O ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT) venceu hoje a eleição para o governo do Rio Grande do Sul no primeiro turno. O fato é inédito na história política do Estado, acostumado a disputas acirradas, sempre decididas na segunda rodada, por pequena margem de votos. Às 20h33min, quando 96,53% das urnas já haviam sido apuradas, o candidato da coligação Unidade Popular Pelo Rio Grande (PT, PR, PSB e PC do B) tinha 3.318.452 votos, correspondentes a 54,23% dos válidos, e não podia mais ser alcançado pelos concorrentes. O ex-prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), tinha 1.512.890 votos (24,76%). A governadora Yeda Crusius (PSDB), que buscava a reeleição, estava em terceiro lugar, com 1.123.952 votos (18,39%). Pouco depois de saber que a vitória estava assegurada, Genro deixou sua casa e foi para o comitê de campanha. Ao sair, declarou aos repórteres que quer unir o Estado em torno de um programa que não considera neutro. Advogado, 63 anos, nascido em São Borja, Genro conquistou o governo gaúcho depois de duas tentativas malsucedidas. Em 1990, quando ficou em quarto lugar, ele concorreu somente para marcar espaço para o PT, à época um pequeno emergente, no território político estadual. Em 2002, largou a Prefeitura de Porto Alegre e provocou uma prévia que alijou da disputa o então governador Olívio Dutra, candidato natural à reeleição. Como perdeu a eleição, no segundo turno, para Germano Rigotto (PMDB), foi criticado pela sucessão de erros. Desta vez, no entanto, Genro e o PT gaúcho fizeram uma campanha meticulosamente planejada para dar certo. Ainda na metade do ano passado, lançaram a candidatura por consenso e anteciparam-se a um possível pedido de apoio ao PMDB, de correntes do diretório nacional do PT, em troca da ampliação do palanque para Dilma Rousseff no Estado. No início deste ano deixou o Ministério da Justiça e passou a percorrer o Estado colhendo subsídios da sociedade para o plano de governo. Também negociou as adesões do PSB, do PC do B e do PR, além de atrair a simpatia de setores do PDT e até, pontualmente, de algumas lideranças do PTB, do DEM e do PP, rompendo com o tradicional isolamento do PT no Estado.

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