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sábado, 2 de outubro de 2010

Alemanha: "RDA" perdeu 1,7 milhão de pessoas desde a reunificação

Vinte anos depois da unificação, a extinta República Democrática Alemã (RDA) perdeu 1,7 milhão de habitantes e a percentagem de beneficiados pelos programas de ajuda social é o dobro que na antiga Alemanha Ocidental, enquanto os costumes de consumo se equipararam. Esses são alguns dos dados de um relatório especial do Escritório Federal de Estatística, realizado por ocasião do 20º aniversário da reunificação alemã, neste domingo. Com o título "20 anos de unidade alemã - Desejo ou realidade", o documento constata que o nível salarial no oriente do país (antiga RDA) equivale atualmente a três quartos do Ocidente. Este último dado, baseado em estatísticas de 2009, é relativizado por conta do progresso registrado desde 1991, quando o nível salarial dos alemães do oriente não era sequer metade dos do ocidente. Apesar desse avanço, o relatório indica que os primeiros 20 anos de unidade alemã foram marcados pelas diferenças econômicas entre as duas partes. Assim, por exemplo, a perda de população - que desceu 11,7% desde 1990 no oriente, enquanto no ocidente cresceu 6,5% - tem a ver principalmente com a emigração dos jovens rumo ao ocidente do país ou ao exterior em busca de melhores possibilidades de trabalho. A questão é ainda mais acentuada quando se pensa que, enquanto na parte ocidental da Alemanha o índice de desemprego é de 6,4%, no oriente a taxa é de 12,6%. Outro fator que contribuiu para o descenso da população foi a baixa da taxa de natalidade, mais acentuada nos novos estados federados (orientais), onde caiu 38%, enquanto nos antigos estados (ocidentais) a diminuição foi de 22%. O descenso da natalidade no oriente foi especialmente forte nos quatro anos imediatamente posteriores à reunificação, quando desceu 44%. Segundo o relatório, isso se deve à insegurança pelas transformações radicais vividas nesses momentos. Perspectivas Apesar de todas as diferenças que seguem sendo tema de discussão na Alemanha, há também dados que mostram um processo de equiparação das condições de vida. Assim, por exemplo, a expectativa de vida mostra uma tendência a igualar-se. Atualmente, ela fica em 82,5 anos para uma mulher no ocidente e 82,2 anos no oriente, enquanto em 1991 era de 73,1 anos no ocidente e 77,2 no oriente. Entre os homens, a esperança de vida aumentou desde 1991 de 73,1 anos a 77,4 no oriente e de 69,9 a 76,1 no Ocidente. Essa tendência é atribuída pelo relatório à melhoria nas condições de vida e de trabalho. As despesas em bens de consumo no oriente alcançam atualmente 80% dos do ocidente e, segundo o relatório, as vendas de eletrodomésticos e outros aparelhos costumam ser quase exatamente iguais nas duas partes do país, situação bem diferente da de 1990, quando telefones particulares, por exemplo, eram raridade na RDA. Só nas secadoras de roupa se mantém uma clara diferença: enquanto 42% das famílias no ocidente têm o aparelho, apenas 22% dos domicílios do oriente os utilizam.

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