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segunda-feira, 14 de julho de 2008

Amor ao primeiro vulto.

Na rua, nunca teve igual nevoeiro, não se viu nada, não se enxergava nem o final da rua, mas não pensem que a noite era propícia para terror, pois as nuvens não davam a mínima chance de a lua aparecer, a escondiam completamente, apenas iluminação artificial, e não tem noite de terror sem lua cheia. Ou será que tem? A moça caminhava apressadamente, queria chegar logo em casa, estava mesmo com pressa, o bar da esquina nunca esteve tão cheio, e ela teve que trabalhar até mais tarde. -Nunca imaginei uma dessas noites em plena Cidade Nova-falava a moça sozinha, talvez para espanar o medo que tinha de ser abordada por um ladrão, ou um tarado, ou até mesmo uma assombração. De repente, um vulto surge dentro da névoa, muito claro por causa das luzes, a moça pensou em gritar, em se esconder, estava apavorada, mas o vulto era de um homem, para que ter medo? E se aproximou: - Quem é você? -Perguntou a moça gaguejando. -E você quem é?-Respondeu o estranho homem, aliás, respondeu de um modo estranho, com dificuldades para falar. Então a névoa se dissipa, e a moça vê apenas um homem idoso, não muito idoso, que gentilmente se oferece para acompanhá-la, pois ia na mesma direção. O homem tinha fala mansa e seu jeito agradou muito á moça, de repente ele começou a elogiá-la: -Tem um belo pescoço. -O que você é? Um vampiro, um lobisomem? -Porto uma cruz e não vejo a lua, o tempo está feio! -Não acredita no sobrenatural? -Não, apenas na ciência, o progresso científico é muito grande. -Você é cientista? -Não exatamente. Você é muito bonita, pena que a ciência ainda não pode conservar essa sua beleza, essa linda junção de membros... Você é muito interessante, minha casa é logo ali, venha conhecê-la. -Não sei nem quem é e o que faz. -Prometa que vem. -Vou. -Sou médico, e par ser formal, me chame de Menezes. Jobson Santana

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