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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Primeiro delator da Lava Jato vai tirar a tornozeleira

Primeiro delator da Operação Lava-Jato a revelar o esquema de corrupção envolvendo partidos políticos na Petrobras, o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi à sede da Justiça Federal do Paraná na tarde desta quinta-feira para retirar a tornozeleira eletrônica. Ele passará a cumprir apenas quatro horas de serviços comunitários e, por determinação do juiz Sérgio Moro, deve ainda apresentar relatório trimestral de atividades. Atualmente, ele mora no Rio.



Costa assinou acordo de delação premiada em agosto de 2014. Ele confessou ter sido indicado para o cargo pelo PP, em troca de arrecadar propina para o partido. A Diretoria de Abastecimento, comandada por Costa, era a responsável por grandes volumes de investimentos da petrolífera, como o da Refinaria Abreu e Lima, em Recife.


Costa foi preso temporariamente (por cindo dias) em março de 2014, três dias depois de deflagrada a Operação Lava-Jato. Ele já havia prestado depoimento sobre seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, mas a Polícia Federal informou à Justiça que ele havia tentado destruir provas e obstruir as investigações, pois suas filhas e genros haviam sido flagrados retirando documentos do escritório da Costa Global, empresa de consultoria que ele usava para firmar falsos contratos e continuar recebendo propina mesmo depois de ter deixado o cargo.

Costa passou dois meses preso e foi libertado no dia 19 de maio. Menos de um mês depois, em 11 de junho de 2014, ele teve a prisão preventiva decretada depois que foram localizadas contas em nome dele e de parentes, na Suíça e no Canadá, com US$ 23 milhões.

No total, Paulo Roberto Costa passou cerca de cinco meses presos. O acordo de delação premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal no dia 30 de setembro de 2014 e ele foi libertado no dia seguinte, quando passou a cumprir prisão domiciliar por um ano, com tornozeleira eletrônica.

Em outubro do ano passado, Costa progrediu para o regime semiaberto, ainda com uso de tornozeleira e obrigatoriedade de permanecer em casa à noite e nos fins de semana. Desde então, já podia trabalhar e viajar, desde que autorizado pela Justiça.

O acordo previa que ele poderia permanecer até dois anos nesta condição. Porém, ficou apenas um, já que foi considerada a efetividade do acordo. Ou seja, as informações prestadas por Costa foram essenciais para o desenrolar da Lava-Jato.

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