A cruzada do papa Francisco contra a corrupção, tanto
dentro como fora da Igreja, pode tê-lo colocado na mira da máfia, de
acordo com autoridades italianas. Nicola Gratteri, promotor conhecido
pelo combate à Ndrangheta, uma das mais conhecidas organizações mafiosas
do país, disse que altos dirigentes destes clãs estão ficando "nervosos
e agitados" com a luta do Pontífice por transparência.
“Se os chefes (da máfia) tiverem oportunidade de
pará-lo, não vão hesitar. Não sei se o crime organizado está em posição
de fazer alguma coisa, mas certamente estão pensando nisso e podem ser
muito perigosos”, disse Gratteri ao jornal italiano Il Fatto Quotidiano,
lembrando que 88% dos membros da Ndrangheta são religiosos e rezam
antes de matar alguém.
Durante a homilia da última segunda-feira, o Papa voltou
a falar em corrupção, referindo-se a seus autores como falsos cristãos e
citando uma passagem da Bíblia que afirma que os culpados serão
atirados aos mar com uma pedra no pescoço.
Também esta semana, a polícia italiana interditou um
hotel luxuoso em Roma, que teria sido comprado pela Ndrangheta de uma
organização religiosa.
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