quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Leishmaniose visceral se aproxima da capital paulista
A leishmaniose visceral está se aproximando da cidade de São Paulo. Doença considerada fatal tanto para cães – o principal hospedeiro – quanto para humanos, ela é causada pelo protozoário leishmania e transmitida pela picada do inseto conhecido como mosquito-palha. A leishmaniose pode causar falência de órgãos como rins e fígado. Se não tratada, pode levar à morte em 90% dos casos.
Até 1998, segundo o veterinário Douglas Presotto, não havia nenhum registro de leishmaniose no estado de São Paulo. Mas esse quadro se alterou. “A doença está se expandindo e mudando de perfil. Antes, era concentrada na zona rural do Nordeste. Agora, está nas grandes cidades também”, observa Presotto, que é coordenador do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Campinas, a 93 km de São Paulo.
Ele cita estudos feitos no Brasil que indicam que a doença se alastra cerca de 30 km por ano. Isso acontece principalmente pelo fluxo migratório de animais, como em viagens de férias. A construção de residências em áreas de mata, habitat do mosquito, também é uma das causas.
A primeira cidade paulista a registrar a doença foi Araçatuba, em 1998. “Em 1999, veio o primeiro caso em humanos”, relembra Presotto. Hoje em dia, a doença é considerada endêmica em cidades como Bauru, Cotia e Embu, sendo as duas últimas já parte da Grande São Paulo. O primeiro caso em Campinas, conta o veterinário, foi registrado no final do ano passado, em três cães. Todos eles moravam em casas construídas próximas à mata.
A cidade de São Paulo nunca registrou a doença, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. Já no estado, até maio deste ano, foram confirmados 30 casos em cães, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde. O órgão não divulga a lista das cidades com casos confirmados.
Sintomas
Emagrecimento evidente, febre e feridas na pele que não cicatrizam são algumas das características da doença tanto nos cães quanto nos humanos. O aumento de órgãos como fígado e baço também são característicos, mas somente médicos conseguem diagnosticar, conta o veterinário Andrei Nascimento.
No caso dos cães, o crescimento exagerado das unhas é um sintoma bem evidente. “A leishmania pode se instalar na matriz das unhas, causando essa alteração”, explica o veterinário. Nascimento ressalta que, uma vez infectado, nem o cão nem o ser humano conseguem se livrar da doença. A medicação faz o protozoário “hibernar”, mas não o mata.
“Qualquer alteração no sistema imunológico, como a causada por AIDS ou quimioterapia, por exemplo, pode tornar a leishmania ativa novamente”, esclarece.
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