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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

“Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça...”

Mais um paraíso da Baía de Todos os Santos, a Ponta de Humaitá fica num dos locais mais bonitos da Cidade Baixa. Com cenários naturais e históricos, de lá é possível ter uma belíssima vista da cidade. No pátio que invade o mar, tem uma igrejinha, um convento e um farol, de onde temos uma das mais poéticas paisagens marinhas da Baía de Todos os Santos, especialmente no pôr-do-sol. A Ponta fica perto do Forte de Monte Serrat ou São Felipe, construção datada do século XVI, considerado, pelas suas linhas harmoniosas, o mais belo monumento militar da Bahia. Construído a partir de 1583, numa posição estratégica no alto da ponta, foi concluído em 1742, sem modificações em sua planta original. Desde 1993, abriga o Museu da Armaria, com armamentos civis e militares, alguns utilizados pelo Exército no passado. Desse forte se tem a vista mais privilegiada da entrada da Baía de Todos os Santos, vendo-se de um lado Salvador e a Ilha de Itaparica do outro. É um dos locais mais bonitos da Cidade Baixa. Segundo historiadores, esta Igreja foi erguida pela família Gárcia D´Ávila, uma família muito tradicional e na Bahia do século XVII. Sua planta é atribuída ao arquiteto italiano Baccio de Filicara. “A virgem foi concebida sem pecado original” é o dizer grafado no portão principal da Igreja que tem sua arquitetura similar a muitas capelas rurais da Bahia, simples, sem grandes detaçhes, o que destoa das igrejas da região do Pelourinho, muitas delas com a rebuscada arquitetura da escola barroca. “Já ouvi falar que o lugar é mesmo lindo, mas nunca fui lá”, a declaração da administradora de empresas Cyntia Opa, goiana que há seis anos mora na cidade. A Igraja de Mont Serrat possui torre de terminação piramidal, revestida de azulejos, destaca-se no conjunto de pequenas proporções, assim como o alpendre ou copiar da Igreja, reconstruído em 1969, quando se eliminou seu frontão rococó. Para Roseane que costuma ir ao Monte Serrat, junto com o namorado Jorge Fabrício, o ambiente tem um quê de especial. “Você vem para cá, olha esta vista deslumbrante e até esquece-se de Salvador, do mundo, e até de nós mesmos”, diz a auxiliar de consultório de odontologia O altar-mor, do século XVIII, é oriundo da Igreja de São Bento e em 1930 foi mutilado para adaptar-se à Capela. Destacavam-se as imagens de N. S. de Monte Serrat e a de São Pedro Arrependido, em barro cozido, consideradas obras primas do Frei Agostinho da Piedade, que estão guardadas no Mosteiro de São Bento. Ao lado há um pequeno Mosteiro, de dois pavimentos, com construção datada de 1679. As iniciativas particulares de revitalização ainda são tímidas. Existe um projeto para transformar o velho hidroporto da Ribeira numa marina. O artista plástico, Luís Mário, usou o galpão de uma antiga indústria de beneficiamento de cacau para provar como um espaço abandonado pode ser reaproveitado. Luís Mário comprou o imóvel e resolveu fazer do lugar a casa dele. Montou e decorou tudo ao seu modo: banheiros, quartos. Luís nasceu e viveu em Itapagipe até os 23 anos. Depois de morar em outros bairros durante 20 anos, voltou para a península em 1999. . Jobson Santana

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